Inter luta até o fim e arranca empate no Gigante lotado
Sem aceitar derrota e lutando até o último minuto, o Clube do Povo conquistou um ponto importante nesta quarta-feira (30/10). Apoiado por mais de 43 mil colorados e coloradas, o Inter teve grande atuação diante do Flamengo, e contou com gol de Enner Valencia, na reta final de partida, para empatar com os cariocas por 1 a 1. O resultado amplia para 12 jogos a série invicta do time de Roger Machado no Brasileirão e deixa o Alvirrubro com 53 pontos na tabela.
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+ Entrevista coletiva de Roger Machado;
Integrante da 17ª rodada do Brasileirão, o embate diante do Flamengo foi o último da série de jogos atrasados que o Clube do Povo tinha por disputar no Nacional. Agora, as atenções coloradas estão voltadas para o Criciúma, adversário a partir das 21h30 da próxima terça-feira (05/11), no Beira-Rio.
Primeiro tempo eletrizante
O começo de partida ofereceu um justo prelúdio do que seria o confronto no Beira-Rio. Logo aos 10 segundos, Thiago Maia interceptou passe malfeito na saída de jogo visitante e serviu Borré, que aproveitou o desespero de Léo Ortiz para fintar o zagueiro antes de bater no contrapé de Rossi. Debaixo das traves, Varela foi providencial para fazer o corte e impedir a abertura do placar.
Para o jogo atrasado da 17ª rodada nacional, Roger Machado armou o Inter com duas novidades. Na zaga, Rogel entrou no lugar de Clayton. No setor ofensivo, Bruno Tabata ocupou a meia-direita. A postura da Academia do Povo, contudo, seguiu fiel ao apresentado nos últimos duelos. Agressivo para pressionar a troca de passes da defesa adversária e vertical quando recuperava a posse, o Colorado armou intensa blitz nos minutos iniciais.
Aos três, Wesley foi derrubado, a centímetros da grande área, por Varela. O uruguaio apostou no antijogo e usou do pé alto para brecar o atacante do Inter, que aplicava-lhe um lindo chapéu pela esquerda. Dois minutos depois, o camisa 21 recebeu cabeceio de Borré e soltou a bomba de perna direita, mas sem direção. Já a primeira oportunidade visitante chegou apenas aos 11, quando Gerson assustou Rochet em arremate da entrada da área.
Melhor em campo, o Inter voltou a assustar aos 18. Em profundidade, Alan Patrick serviu Wesley, que apostou no um contra um, ganhou de Varela e cruzou, já rente à linha de fundo, de perna canhota. Na segunda trave, Bruno Tabata antecipou Ayrton Lucas e cabeceou buscando o contrapé de Rossi. Batido, o goleiro somente celebrou quando viu a bola explodir no travessão.
Beira-Rio recebeu público superior às 43 mil pessoas/Foto: Ricardo Duarte
À medida em que começou a buscar alternativas para superar a pressão do ataque colorado, o Flamengo mostrou suas cartas e deixou o jogo mais aberto. Aos 22, Bruno Henrique aparou cruzamento da direita com perigo, tirando tinta do poste de Rochet. Três minutos mais tarde, o centroavante rival fez boa parede para Gerson, que bateu de chapa e parou em milagre do arqueiro alvirrubro – ato contínuo, o lance seria interrompido por impedimento.
Consagrando o cenário de pura trocação no Beira-Rio, Borré lançou Wesley com bonito passe de trivela, mas o atacante não conseguiu a finalização pois Rossi, arrojado, saiu da meta e brilhou com grande defesa. Passados seis minutos, aos 32, Varela bateu da meia-lua e assustou. Na sequência, Tabata cruzou para El Comandante, que ganhou a disputa por cima e cabeceou ao lado.
Os visitantes cresceram nos últimos minutos do primeiro tempo. Aos 43, Pulgar cabeceou para grande defesa de Rochet. Já aos 45, Alcaraz inaugurou o escore em cobrança de pênalti. Embora servisse de recompensa à eficiência carioca, o 1 a 0 não deixava de ser um placar bastante injusto para o retorno aos vestiários, e a torcida, apesar da desvantagem, recebeu o intervalo sob aplausos que demonstravam o entendimento do público acerca da importância de seu apoio na etapa final.
Inter pressiona e empata no final
O cenário de jogo aberto que encerrou o primeiro tempo deu lugar a absoluto domínio mandante na etapa final. Dos vestiários, o Inter retornou com Clayton na vaga do amarelado Rogel. Em campo, Wesley precisou de apenas três minutos para invadir a área e levantar a torcida. Frente a frente com Gerson, o atacante tentou o drible, mas foi desarmado em dividida que contou com toque no rosto do atleta colorado – não interpretado como falta pelo árbitro.
Aos nove, a primeira grande oportunidade da etapa final! Preciso como de costume nas assistências, Alan Patrick percebeu o vazio que a zaga carioca oferecia a Bernabei e serviu o argentino. Em velocidade, o lateral-esquerdo dominou a grande área e bateu rasteiro: na rede, mas por fora.
O próprio Alan Patrick flertou com o gol de empate aos 11 minutos. Depois de tabelar com Wesley, o capitão entortou Fabrício Bruno e, a poucos passos da pequena área, definiu de chapa. Rasteiro, o chute foi defendido sem rebote por Rossi, que também brilharia, segundos mais tarde, para impedir gol contra de Erick Pulgar.
O estilo de jogo ambicioso e protagonista gerou natural desgaste na Academia do Povo, e levou Roger Machado a trocar seus extremas. Aos 17 minutos, Gabriel Carvalho e Wanderson substituíram Bruno Tabata e Wesley. Já aos 25, Bernabei construiu boa incursão à linha de fundo e tentou cruzar na primeira trave. A bola, entretanto, explodiu no braço de Varela. Uma vez mais, a arbitragem não entendeu como pênalti.
O Inter ficou ainda mais ofensivo a partir dos 26, quando Thiago Maia deu lugar a Valencia. A partir de então, Alan Patrick foi recuado para a linha de quatro meio-campistas, que também contava com Rômulo, Gabriel e Tabata. À frente, Enner e Borré tinham a missão de não oferecer descanso para a defesa carioca.
Aos 30, Alcaraz teve a chance de matar o jogo no melhor contragolpe do Flamengo, mas finalizou, à queima-roupa, pela linha de fundo. Dois minutos depois, Bernabei chutou cruzado e sem ângulo, a zaga resvalou e a bola ficou viva na grande área. Clayton até tentou, mas o desvio do zagueiro foi abafado pela marcação e morreu nos braços de Rossi.
A entrada de Bruno Henrique na vaga de Rômulo completou as mudanças no Inter. Àquela altura, Filipe Luís já colocara Michael no lugar de Plata. Pouco depois, o técnico visitante também trocaria Matheus Gonçalves por Alcaraz. No final das contas, foi a ousadia de Roger quem se mostrou mais acertada. De um substituto para outro, o gol de empate do Clube do Povo comprovou a força do grupo vermelho!
Wanderson serviu, Enner guardou!/Foto: Ricardo Duarte
Em velocidade, Wanderson costurou pelo corredor central de ataque e esperou a hora certa para servir Enner. Ligado na linha de impedimento, Valencia permaneceu em condição legal até o passe ser feito. Acionado, o equatoriano tomou a frente de Fabrício Bruno e dispensou o domínio. De canhota, o atacante bateu cruzado e rasteiro, venceu Rossi e empatou no Gigante.
A arbitragem adicionou seis minutos de acréscimo à etapa final, e o Clube do Povo criou duas oportunidades neste período. Primeiro, Bruno Gomes soltou a bomba de fora da área e quase virou aos 46, mas Rossi salvou com a ponta dos dedos. Já aos 50, Valencia tabelou com Alan Patrick e arriscou mesmo sem ângulo. Mais uma vez, o goleiro visitante espalmou.
* Matéria completa no link: https://internacional.com.br/noticias/cronica-inter-x-flamengo-17a-rodada-brasileirao-2024
- Autor: Sport Clube Internacional*
- Imagens: Ricardo Duarte / Internacional